#5: Ele foi do zero à fluência em um ano

Study this video as a lesson on LingQ

Bom dia, meus amigos. Bem-vindos ao podcast do LingQ.

No episódio de hoje, temos um convidado muito especial.

O Rodrigo, que é uma pessoa sensacional, ele é um ótimo aluno de idiomas.

E vamos falar sobre como ele conseguiu ir do zero absoluto ao B2 no alemão

dentro de um ano morando no Brasil.

Se você estiver ouvindo nosso podcast do LingQ,

por favor deixe sua avaliação na Apple,

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e claro, não deixe de clicar em “Curtir” nos episódios que você mais apreciou.

Nós ficaremos muito agradecidos.

Para quem ainda não conhece o LingQ e estiver aprendendo um novo idioma,

dê uma olhada, porque vale a pena.

Eu uso o LingQ, pessoalmente todos os dias.

Já que tem um conteúdo muito legal de texto e áudio ou de texto e vídeo

sobre vários temas interessantes.

Com o LingQ, é fácil aprender novas palavras,

porque você pode apenas clicar naquelas que você não conhece para ver a definição.

Se você já usa o LingQ, você já deve ter percebido

que o aplicativo tem uma aparência um pouco diferente.

O LingQ 5.0 é um aplicativo totalmente reformulado,

com uma interface mais fácil de usar, o conteúdo está mais acessível

e tem alguns novos recursos super legais também com a opção de personalizar o app,

tornando a experiência de uso do LingQ muito mais agradável.

Com o LingQ 5.0, você terá uma biblioteca bem organizada e mais fácil de acessar,

um sistema de metas diárias e sequência mais abrangente,

mais acesso a conteúdo externo, o que é bem legal,

uma experiência de leitura mais simplificada,

uma experiência de audição melhorada

e mais opções de personalização, incluindo o Modo Escuro.

Então, dê uma olhada.

E agora, sem mais delongas, vamos falar com nosso amigo Rodrigo.

Bom dia, Rodrigo!

Eis aqui um convidado muito especial.

Rodrigo não é apenas um aluno, mas é um grande amigo meu agora.

E ele tem uma história sensacional, porque basicamente,

ele chegou à fluência do alemão dentro de um ano morando no Brasil,

o que é algo sensacional.

Então, nós vamos falar hoje, exatamente, sobre isso, sobre a história dele,

o aprendizado de idiomas.

Especialmente porque muita gente acha que tem que morar no exterior

para aprender um idioma ou, por exemplo, tem que fazer um curso caríssimo

para aprender um idioma e você estilhaçou essas ideias, basicamente.

E podemos, basicamente, até provar isso, porque você participou constantemente

do meu “One Sentence Challenge” no Instagram,

fazendo gravações, basicamente, em alemão desde o início da sua jornada.

Então, está tudo documentado, o que é algo fantástico.

E então, basicamente, a minha-

Bom, antes de tudo, bom dia, Rodrigo.

Bom dia, Gabriel. Primeiro, muito obrigado pelo convite.

É sempre uma honra estar conversando com você e trocando ideias

sobre o aprendizado de idiomas.

Como você falou, essa questão, que é aprender idiomas no Brasil.

Eu comecei a aprender o alemão lá.

Então, eu continuei estudando, mas dentro de um ano,

eu já conseguia me comunicar muito bem com nativos do alemão.

Meus parentes aqui na Suíça, alguns amigos que eu fiz na Internet para praticar.

E essa questão de você só poder aprender um idioma no exterior é realmente bobagem.

Hoje em dia, com a Internet, a gente tem a possibilidade de se conectar

com pessoas do mundo todo.

E muita gente que mora aqui na Suíça, onde estou morando hoje em dia

graças ao meu aprendizado do alemão,

eles moram aqui há 20 anos e não sabem falar nada.

Só “Oi, como vai?”

Então, o que é realmente mais importante é o contato com o idioma, seja lá onde for

e não essa questão de estar num país estrangeiro.

– Acho que é muito importante o contato. – Sem dúvida.

Com certeza.

Bom, uma pergunta que me veio à cabeça outro dia é a seguinte.

Por que você optou por não fazer, digamos, um curso tradicional de alemão?

Porque muitas vezes no Brasil, essa é a primeira ideia da pessoa

que quer aprender um novo idioma.

“Ah, então vou pagar por uma matrícula caríssima, fazer um curso caríssimo.”

E a coisa mais triste é que muita gente vai com expectativa,

muitos alunos começam com uma expectativa muito alta com esse tipo de curso

e acabam quebrando a cara, acabam não tendo sucesso.

E assim, realmente, eu nunca ouvi falar de um aluno de escola tradicional

que conseguiu aprender um idioma e chegar à fluência dentro de um ano.

– Pois é. – O que é algo espetacular.

Então, por que você basicamente decidiu seguir os meus conselhos, por exemplo,

ou seguir os conselhos do Steve Kaufmann, procurar por um material online?

O que te levou a fazer isso, basicamente?

E também, é uma honra tê-lo na minha academia poliglota, por exemplo,

e no curso completo de inglês, seu inglês também teve uma evolução brutal,

o seu inglês também é ótimo.

Então, conta aí, por que você optou por não fazer um curso tradicional de alemão?

Então, Gabriel, isso por conta da experiência que eu tive

justamente com a escola tradicional.

Eu estudei de seis a uns doze anos o inglês numa grande escola de idiomas

e o que aconteceu foi que, assim, com falantes nativos de inglês,

que interagiam entre si, eu ficava muito perdido com as gírias,

com o modo rápido deles falarem, justamente porque na minha escola,

a gente só ouvia um sotaque, a gente só ouvia frases meio que básicas,

não era uma coisa tão do inglês cotidiano atual mesmo.

A gente usava materiais de 1980, sabe?

Então, isso realmente sempre foi uma espécie de trauma para mim.

Eu me via de um jeito que-

Porque eu tinha terminado a escola, mas não conseguia me comunicar

como realmente queria, não conseguia entender perfeitamente um filme,

eu não conseguia acompanhar séries sem nenhum problema.

Então, quando eu conheci você, foi um ano e meio, mais ou menos,

antes de eu começar a aprender o alemão.

E aí, eu vi os seus vídeos, vi as suas dicas.

E comecei a aplicar isso no inglês.

Porque eu tinha uma viagem em 2019.

Olha só, já faz um pouquinho de tempo que isso aconteceu.

Em 2019, eu tinha uma viagem para conhecer a Suíça.

E eu, que já sabia um pouco de inglês, queria aprimorar o meu inglês.

E eu me lembro que usando seu método, usando a sua filosofia

no modo de aprender idiomas, eu lembro que em três meses,

eu fiz um progresso muito grande.

Muito grande, um progresso que me lembro que não tive em anos

assim, sem brincadeira, no local onde eu estudava.

E aí, quando eu vim para a Suíça, quando eu vim com meu inglês,

eu estava falando de um jeito como nunca havia falado antes,

mesmo com tanto tempo sem estudar numa escola de idiomas.

Então, eu percebi ali que é assim que tem que se aprender idiomas.

E aí, eu apliquei isso no alemão depois que retornei da viagem da Suíça,

passei ainda um tempo estudando o inglês.

E em 2020, quando começou a pandemia, eu decidi que iria estudar alemão.

E aí, eu apliquei tudo, passo a passo, do jeito que você fala em seus cursos,

porque eu adquiri.

Através dos seus vídeos também, do YouTube, das dicas no Instagram também.

E foi impressionante o que eu fui fazer em um ano com o alemão, sabe?

O que eu aprendi em um ano com o alemão foi o que eu nunca aprendi-

Isso é incrível, porque eu nunca consegui aprender isso em seis anos

numa escola de idiomas tradicional.

Então, não há dúvidas de que é realmente um método efetivo,

é um método que lhe faz querer estudar.

Não é aquela coisa maçante, sabe? Com conteúdos que não lhe interessam.

Então, é isso.

Foi basicamente por isso que eu optei por não estudar numa escola de alemão,

pela experiência que eu tive com o inglês

e pelos resultados que tive usando o seu método.

Espetacular, muito bom.

A sua história é uma história de sucesso, é uma história impressionante.

Então, basicamente, você-

Uma coisa que seria muito legal para quem tem interesse de aprender novos idiomas

e mesmo para quem nem seja realmente alunos de idiomas,

eu acho que vale a pena ouvir também essa resposta.

Bom, primeiro, sua história é maravilhosa.

E também seria legal você compartilhar talvez algumas dicas.

Quais são algumas diferenças, por exemplo, que você adotou, basicamente?

Entre o que você viu e o que você fazia com o método tradicional

e com os métodos que você aprendeu basicamente comigo, com o Steve Kaufmann

e os métodos, basicamente, que você aprendeu online?

Quais são algumas diferenças e também quais seriam algumas dicas

que você poderia dar a alunos que querem aprender um novo idioma?

Ótima pergunta.

Eu acho que, principalmente, a questão de não focar na gramática.

Quando a gente estuda numa escola de idiomas,

O foco principal, não sei por quê, é a gramática.

Então, fica como se-

A gramática é sim muito importante.

É a forma, vamos dizer assim, correta de se utilizar um idioma.

Mas na minha concepção, o idioma parte primeiro do vocabulário,

das expressões e das gírias para a gramática.

A gramática é uma explicação disso, dessas frases.

E o que acontece numa escola de idiomas é a gente basicamente completar lacunas

e colunas com [língua estrangeira].

E assim, as frases, o conteúdo

e o vocabulário meio que ficam em segundo plano.

Então, eu acho que a principal diferença é isso.

É que no estudo de uma escola tradicional, a gramática é em primeiro plano.

Então, eu conheço muitas pessoas que fizeram cursos de alemão mesmo

e elas sabem perfeitamente a gramática.

Mas quando elas vão falar, elas mal se expressam.

E o estudo através do seu método, da sua filosofia de estudo,

a do Steve Kaufmann e de outros poliglotas que eu também acompanho,

é justamente o foco no conteúdo, no tema.

Eu basicamente estudo por temas.

Hoje, eu vou estudar sobre hospitais,

então, aprendo várias frases de hospital, aprendo várias coisas em contexto.

Nada jogado avulso só para completar uma coluna.

Então, o aprendizado por contexto, eu acho que é muito mais efetivo

porque você vai ficando fluente em áreas, aos poucos.

Então, se você aprende-

Por exemplo, você pega um texto sobre um determinado tema

e destrincha esse texto todinho, vê frase por frase, repete frase por frase,

e começa a conectar com outras possíveis frases que você cria

ou que você já viu em outros lugares,

eu acho que o aprendizado vai ficando muito mais efetivo,

a gramática vai estar implícita nos textos e nas frases que você está estudando.

E aí, você meio que não fica pensando em regras, você já sabe como é a frase.

“How’s it going?” Você não pensa por que é “How’s it going?”

Separado e por que o “it.”

Se nem existe essa tradução em português, não é uma coisa.

Não, você pensa na frase, ela sai e pronto.

Então, eu acho que é basicamente essa a diferença.

Muito legal.

E acho que você falou várias coisas bem interessantes.

Primeiro, logicamente, a gramática tem uma grande importância.

Porém, o foco na gramática, especialmente-

Muitos métodos focam na gramática de uma maneira que não é eficiente.

Eles vão focar na gramática como você diz, fazer exercícios preenchendo lacunas,

conjugação de verbos e tudo mais.

E isso, infelizmente, não vai necessariamente levar

a um bom nível de conversação do idioma.

Quero dizer, para você aplicar as regras gramaticais na conversa,

num bate-papo verdadeiro, é bem diferente que fazer exercíciozinho.

E eu vou te falar uma coisa interessante.

Basicamente, eu aprendi francês e alemão ao mesmo tempo.

Eu levei quatro anos para chegar à fluência em ambos.

E você chegou à fluência do alemão em basicamente um quarto do tempo.

Claro, logicamente, eu estava estudando o francês ao mesmo tempo também,

mas você também estudou outros idiomas ao mesmo tempo,

você estava estudando também o inglês,

você estava estudando pelo menos um pouco do francês.

Quero dizer, isso é algo sensacional, realmente, de ver.

Porque o meu foco na época-

Porque naquela época, eu ainda estava aprendendo a aprender um idioma.

Eu ainda não sabia muito muito bem.

Então, meu foco ainda foi muito na gramática.

Eu me dediquei bastante ao estudo da gramática com livros de exercícios.

E eles tiveram algum resultado? Sim.

Eu consegui ter uma noção, aprender basicamente a estrutura do alemão.

Eles foram úteis, mas existem maneiras

basicamente abordando o aprendizado de idiomas da maneira que você descreveu,

aprender o idioma em contexto, como falou, destrinchando um material que você gosta,

um texto com um áudio legal.

Você começa a absorver a gramática de uma maneira muito mais eficiente

e de um jeito perfeitamente natural.

Porque basicamente, foi assim que nós aprendemos nosso idioma materno.

Bom, não destrinchando textos, mas basicamente com esse tipo de abordagem.

Sim, uma coisa interessante também que você pontuou

é essa questão da exposição ao áudio.

Eu acho que numa escola regular, você aprende muito bem a escrever e a ler.

Mas as habilidades conversacionais não são o verdadeiro foco.

Sim, existem momentos nesse tipo de aula que falamos, temos treinos de listening,

vamos dizer assim.

Mas acho que a conversa mesmo, a interação não ocorre de forma tão efetiva.

E você se expôr a materiais que você gosta, repetir milhares de vezes aquela

mesma frase sozinho em voz alta, atuando ou falando num espelho, sabe?

É muito mais efetivo do que simplesmente fazer uma tarefa de casa, é o que penso.

Sem dúvida, uma coisa muito interessante também, logicamente, foi que

você contribuiu para o “One Sentence Challenge”?

É basicamente o “Desafio de Uma Frase.”

Você participou basicamente todos os dias por meses, meses e meses.

Quero dizer, todo dia, você sentou lá e você criou um vídeo

dizendo uma frase ou mais em alemão.

Quero dizer, com essa prática, alguns dias devem ter sido mais fáceis.

Certos dias, nós queremos estudar, a gente senta lá, você vai e faz um vídeo.

Devem ter existidos dias também nos quais você teve que se forçar a fazer isso, né?

Mas você, de qualquer maneira, foi lá e fez.

E isso, quero dizer, essa atitude de realmente querer fazer,

de querer estudar todos os dias, foi um grande fator para o seu sucesso.

Total, eu fiquei realmente determinado em morar aqui na Suíça.

E eu não queria só morar aqui para trabalhar em qualquer coisa

ou simplesmente para sobreviver.

Eu quis experienciar esse país da melhor forma possível.

É tanto que, por causa do meu alemão-

Logicamente, quando eu cheguei, as pessoas aqui falam suíço-alemão,

que é um dialeto que é muito- É praticamente outro idioma.

E mesmo quando eles falam alemão, é com um sotaque muito diferente.

E hoje em dia, eu falo com esse sotaque.

Mas no início, foi muito difícil, justamente por conta dessas diferenças.

Mas eu me senti seguro, sabe?

Eu, com poucas semanas aqui, já estava acostumado com o sotaque deles,

eu já consegui emprego assim que cheguei, eu já vi e encontrei, na verdade.

Justamente por causa do alemão.

O único requisito que esse emprego pedia era ser fluente em alemão.

Fiz a entrevista, eles devem ter constatado isso e fui contratado.

E era a única exigência.

E fora isso, fora a questão de trabalho, eu pude fazer amizades aqui facilmente.

Se enganam as pessoas que acham que, “Ah, os europeus são muito frios.”

“Ah, os suíços e os alemães são pessoas arrogantes.”

Eu ouço muito isso.

Mas o engraçado é que, quem fala isso, geralmente não fala o alemão.

E nós que falamos o idioma nativo de uma pessoa que queremos ter alguma relação,

a gente sabe muito bem como é mais fácil chegar no íntimo da pessoa.

E isso é inexplicável, é uma experiência incrível.

Sem dúvida. É, eu acho isso muito mágico.

E como você sabe, e os meus inscritos sabem também como eu sempre falo,

“Languages connect people.” (Idiomas conectam as pessoas)

E a sua história é realmente inspiradora, Rodrigo.

Então, é um prazer realmente ter você no podcast

para que essa sua história continue chegando longe

e para que muita gente possa ouvir isso mesmo e se inspirar.

E também, logicamente, não é só para inspirar quem quer aprender um novo idioma.

Eu acho que esse tipo de determinação leva qualquer pessoa

a um nível de sucesso na área desejada.

Então, realmente, essa determinação sua é realmente o que levou

a esse sucesso espetacular no alemão e te levou, como você falou,

à Suíça para viver uma vida melhor.

Então, muito obrigado pela participação, Rodrigo.

É sempre um gigantesco prazer.

E bom, faremos mais vídeos juntos, mais episódios do podcast juntos,

sem dúvida nenhuma.

Eu que lhe agradeço, meu amigo.

Desejo a você tudo de bom e que continue fazendo muito sucesso.

Um abração!

Valeu, Rodrigo. O mesmo para você!

Sempre um grande prazer.

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